Divagações nocturnas

Abro a porta de casa o liquido escorre pelo corpo abaixo, retiro as roupas ensopadas de um passeio atípico de verão. Dizem que a chuva a psicológica, e eu acredito, por vezes sabe bem esquecer que ela cai e só a sentir a bater no corpo e dar conta que estamos vivos. Visto a camisola vestida por ela, a da rainha que tu és. Agora que volto a vida através do fenómeno natural a que os comuns mortais chamam chuva. Deito-me no sofá troco umas palavras sobre o estado do tempo com o maior, ouço novidades de quem não quero saber. Olho para o quadradinho onde estamos e recebo aquilo que mereço. Vejo uma reportagem sobre o bio-etanol, os prós e os contras mais um ultimo zapping e desisto. Ligo o computador na esperança que o everton tenha ganho, faço as contas do combustível e volto a desistir. Cedo a tentação de olhar novamente para o quadradinho das novidades. Fumo um john player, outro, e volto a melancolia de um dia de chuva.